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Reunião extraordinária dos coordenadores paroquiais de catequese

No dia vinte e dois de maio de 2021, no Auditório da Cúria Diocesana, a Comissão Diocesana de Catequese, em comunhão com o seu Bispo, Dom Aldemiro Sena, e com o Coordenador Diocesano de Pastoral, Padre João Bosco Francisco do Nascimento, reuniu de forma extraordinária, os coordenadores paroquiais de catequese.
A reunião teve início com a mística de abertura, compartilhada pelos catequistas, seguida de uma sucinta apresentação dos mesmos, dando continuidade o Padre Fabiano, Coordenador Diocesano de Catequese, que dirigiu palavras de boas-vindas e incentivo para o fortalecimento do trabalho de Animação Bíblico-Catequética.


A aludida reunião objetivou refletir e aprofundar a Carta Motu Próprio do Papa Francisco, sobre o ministério de catequista. A exposição do conteúdo ficou sob os cuidados do Padre Bosco, que introduziu fazendo alusão à entrevista do Arcebispo de Curitiba (PR) e presidente da Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, Dom Antônio Peruzzo, focando a decisão do Papa - instituir o ministério de catequista.


Na entrevista mencionada acima, o Dom Antônio Peruzzo, responde a algumas perguntas pertinentes:

Qual é a importância e o que esse documento significa para o serviço catequético? 
São várias centenas de milhares de catequistas no Brasil. Ministério é a palavra “munus” e também especialmente ministro,   originalmente significa aquele que age em nome de. Reconhecer o serviço catequético como um ministério é algo que procede já daquela mais genuína teologia e eclesiologia do Vaticano II. O Papa Francisco é enfático nos seus pronunciamentos explícitos ou de maneira nem sempre explícita, mas ele é sempre muito afeiçoado ao que o Concílio Vaticano deixa a entrever.


O que se vislumbra com esse Motu Proprio?
De certo modo não é uma novidade. Já estava de maneira latente e presente no que a Igreja queria projetar de si mesma. Para o serviço da catequese, sem nenhuma dúvida, é um serviço solene. É uma nova experiência que aqui no Brasil já se discutia e em algumas dioceses já se praticava. Valoriza a catequese, os catequistas e a atuação da catequese como um todo.  O Papa é muito sensível, especialmente ao ministério da ministerialidade feminina, digamos assim. Na catequese é imensa a maioria feminina nesse serviço.


E o que o Documento significa em termos pastorais?
O catequista se sente como leigo ministerialmente instituído. Não é apenas um serviço que presta a uma comunidade. Diz o Papa: é vocação, sim!
Servir em nome da Igreja à comunidade, à educação da fé, e fazê-lo por causa do batismo que recebeu e a verdade que professa; assumir isso e a Igreja reconhecer este papel não como papel, mas como missão, não como um atributo, mas como algo próprio da identidade do batizado. Assumir isso como ministério responsabiliza a própria hierarquia. Não é um título que se dá, mas uma missão que se reconhece. É dom de Deus. Não é uma distribuição efetiva e prática e/ou pragmática de tarefas, é pronunciar a verdade de si mesmo, o catequista, na condição de ministro, e não apenas de colaborador funcional. E isto educa a Igreja e os hierarcas bispos, presbíteros e também diáconos. Educa-nos para tomar, no devido apreço, e reconhecer, na devida grandeza, o que significa educar a fé de um povo.


Haverá um ritual para instituí-los ou reconhecê-los ministros e ministras. Será uma liturgia específica, tem solenidade própria. Não será apenas uma titulação, mas formular pública e liturgicamente uma missão que, há séculos, a Igreja exerce, mas precisava educar-se para reconhecer que, não apenas no serviço oficial da liturgia, mas no serviço ministerial da educação da fé, os leigos e aqui – de maneira mais destacada as mulheres – podem conferir um novo rosto ao discipulado. São discípulas. No Brasil, centenas de milhares que podem dizer à Igreja o quanto de maternidade a própria Igreja precisa se deixar matizar pela presença do ministério dessas mulheres.


Há uma fala do Papa que diz que “o catequista é uma vocação”. E que “Ser catequista, esta é a vocação, não trabalhar como catequista”. Para o senhor, a catequese é uma vocação?
O Papa diz sim que a catequese é uma vocação. A diferença e o que significa vocação? A palavra vocação vem de vox, procede de dentro. Não é uma palavra que alguém de fora pronuncia e determina, mas é uma voz interior que ressoa e ecoa e espera daquele ou daquela escolhida para a missão uma resposta. A resposta se dá em expressão de serviço catequético. O ministro catequista não presta um mero serviço, ele não dá aulinhas sobre a fé, ele partilha a experiência de ter encontrado Jesus Cristo, isso começa desde dentro, por isso é voz interior, por isso é vocação. Fonte: CNBB

Após uma breve leitura comentada da entrevista, foi disponibilizado para os catequistas coordenadores a Carta Motu Próprio do Papa Francisco, com a finalidade de fazer chegar a todos os catequistas das paróquias da Diocese de Guarabira.
Na sequência, Dom Aldemiro falou da caminhada eclesial como algo importantíssimo precisamos investir na formação laical. A Escola Teológica é um espaço precioso para a formação dos catequistas entre outros.


Alguns encaminhamentos práticos
Em relação à instituição do ministério de catequista na Diocese, precisa ser pensada com a Comissão Diocesana de Catequese e outros que venham somar, com a organização, produção de subsídios para formação, à luz do que será disponibilizado pela Congregação do Culto Divino.
Encontro formativo - presencial com os coordenadores paroquiais de catequese, à luz do Diretório Litúrgico, Sacramental e Pastoral, agendado para o dia 19 de junho do ano em curso, no Auditório da Cúria Diocesana, das 8h30 às 11h.
Encontro formativo para os catequistas (por forania), através das plataformas digitais, sob os cuidados da Comissão Diocesana de Catequese;
Por fim, o Padre Fabiano respondeu a algumas perguntas feitas pelos presentes e ressaltou a importância da próxima formação com os coordenadores.


Por: Comissão Diocesana de Catequese

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